Analistas do mercado financeiro aumentaram a projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no próximo ano, de 4,30% para 4,40%. Também foi elevada a estimativa para a taxa básica de juros, a Selic, ao final de 2010, de 9,25% para 9,50% ao ano, segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central (BC).

Segundo a estimativa dos analistas, a Selic será mantida em 8,75% ao ano até setembro de 2010 e terá alta de 0,50 ponto percentual em outubro, chegando a 9,25% ao ano, com manutenção desse mesmo patamar em novembro. Haveria, portanto, outro aumento em dezembro, com encerramento da Selic em 9,50% ao ano.

A taxa básica de juros é usada pelo BC para controlar a inflação. Quando os preços estão em alta, o BC aumenta a Selic e quando estão em baixa, faz o inverso. Atualmente, a Selic está em 8,75% ao ano. Os analistas mantiveram a previsão de que os juros básicos não serão mais alterados em 2009.

Para este ano, houve uma leve redução na projeção para o IPCA, de 4,31% para 4,30%. As estimativas tanto para 2009 quanto para o próximo ano estão dentro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que deve ser perseguida pelo Banco Central. A meta tem como centro 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais (6,5%) ou para menos (2,5%).

Essas novas projeções dos analistas são as primeiras após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação pelo BC, na última sexta-feira (25). Para o BC, o IPCA deve ficar em 4,2% neste ano. Ao final de 2010, a expectativa é que a inflação suba para 4,4% e chegue a 4,5% ao final do terceiro trimestre de 2011.

O mercado financeiro também faz projeções para outros índices de inflação. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) foi mantida em 4,20%. Para 2010, permanece em 4,45%.

Para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a expectativa para este ano é de deflação. A estimativa de queda para o IGP-DI passou de 0,20% para 0,16% e para o IGP-M foi mantida em 0,61%. Para esses dois índices, foi mantida a projeção de alta de 4,5% em 2010.

A projeção para os preços administrados em 2009 passou de 4,14% para 4,10% e permaneceu em 3,5% em 2010. Os preços administrados referem-se aos valores cobrados por serviços monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento e transporte urbano coletivo, entre outros).

Edição: Juliana Andrade
Agência Brasil / Kelly Oliveira

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