Atividade industrial volta a cair em agosto
A atividade industrial voltou a cair em agosto. As horas trabalhadas na produção retraíram 0,8% em agosto frente a julho, na série livre de influências sazonais. A utilização da capacidade instalada reduziu 0,5 ponto percentual no período e a indústria operou, em média, com 80,5% da capacidade instalada, segundo dados dessazonalizados. As informações são da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira, 1º de outubro.
Conforme o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, a trajetória de forte queda das horas trabalhadas e da utilização da capacidade instalada, que são mais relacionados à atividade industrial, estão muito semelhantes desde o começo do ano. “Isso comprova o fraco desempenho da indústria, principalmente, devido à dificuldade dos produtos brasileiros competirem com os estrangeiros, menor consumo das famílias e a queda nos investimentos”, explicou.
De acordo com a pesquisa, em resposta à fraca atividade, as indústrias continuam demitindo. O indicador de emprego teve a sexta queda consecutiva em agosto. A redução foi de 0,8% frente a julho, na série livre de influências sazonais. Embora o emprego na indústria esteja em queda, a massa salarial dos trabalhadores do setor subiu 0,3% em agosto ante a julho, na série livre de efeitos sazonais. Essa alta no indicador salarial interrompe a trajetória de cinco meses seguidos de queda.
O faturamento da indústria cresceu 1,1% em agosto na comparação com julho, segundo dados dessazonalizados. No entanto, esse indicador está 8,8% menor que o registrado em agosto de 2013. “As altas de agosto e julho não foram suficientes para recolocar o indicador no patamar em que se encontrava há um ano”, destaca os Indicadores Industriais.
Segundo a pesquisa, os indicadores de agosto reforçam a trajetória de queda na atividade industrial que teve um crescimento atípico em julho, após quatro meses consecutivos de queda. Essa alta ocorreu por causa do número menor de dias úteis afetados pela Copa do Mundo em relação a junho. “Em agosto, mesmo com mais dias úteis que julho, houve queda na atividade industrial”, acrescentou o economista da CNI Fábio Guerra.
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