Arrecadação de março é recorde, mas Receita prevê ritmo menos intenso de crescimento
A arrecadação federal em março somou R$ 82,367 bilhões, o maior valor registrado para o mês, segundo divulgou a Receita Federal nesta terça-feira, 24. Descontada a inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta foi 10,26% sobre o resultado de março do ano passado.
No primeiro trimestre, a arrecadação somou R$ 257,678 bilhões, valor 7,32% maior que no ano passado, também levando em conta a variação do IPCA, o que acarretou o maior montante registrado para o período. Houve crescimento em relação a fevereiro, quando o aumento real acumulado somava 5,99%.
O Fisco atribui a elevação ao pagamento de débitos em atraso com a Receita, início da cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre derivativos financeiros, volume de vendas, crescimento da massa salarial e aumento da lucratividade das empresas. Esses fatores se refletiram na arrecadação do mês passado.
Segundo a Receita, os tributos que mais impulsionaram o crescimento da arrecadação em 2012 foram o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), ligados aos lucros das empresas, e as receitas da Previdência Social, relacionadas à formalização do mercado de trabalho. O PIS e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que refletem o volume de vendas, também apresentam crescimento real no ano.
A queda da produção industrial, no entanto, pode ser percebida na arrecadação menor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Considerada a inflação, as receitas do IPI caíram 7,27% no acumulado do ano. O montante excluí o IPI vinculado a produtos importados.
Apesar da melhora na arrecadação no início do ano, a Receita prevê um ritmo menos intenso de crescimento nos próximos meses. O órgão projeta que o crescimento real da arrecadação (descontado o IPCA) encerre o ano entre 4,5% e 5%.
Wellton Máximo / Agência Brasil
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