Após cinco anos da crise, mundo tem menos empregos e mais super-ricos
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Oxfam divulgaram nesta segunda-feira, 20, um estudo detalhando o impacto da crise financeira mundial que abalou o planeta em 2008. Cinco anos após o ocorrido, as duas entidades revelam a preocupação com o nível de desemprego no mundo, que já atinge 202 milhões de pessoas – aproximadamente o total da população brasileira – além da crescente desigualdade social no planeta.
No sentido inverso, o Brasil é classificado como um país que mostra “significativo sucesso” em reduzir as desigualdades. O estudo ainda aponta os investimentos públicos na área social e o aumento do salário mínimo em mais de 50% desde 2003 como medidas essenciais para diminuir as mazelas sociais do país. Mas de nenhuma maneira o restante do mundo vivencia ações parecidas.
A retomada gradativa da economia no planeta não tem recomposto, na mesma medida, a quantidade de postos de trabalho. Se ritmo atual permanecer, a previsão é de que, em 2018, 215 milhões de pessoas não tenham emprego. O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, classifica a situação como “muito séria”. “Precisamos repensar todas as políticas. A crise não vai acabar até que as pessoas voltem a trabalhar”, alerta.
Desde 2008, um excedente de 32 milhões de pessoas procura emprego, sem sucesso. Outras 30 milhões desistiram de ingressar no mercado de trabalho. Hoje, o total da população desempregada mundialmente chega a 6%.
Mesmo com dados impressionantes num público generalizado, uma das maiores preocupações da OIT é com os jovens. Entre estes, 13,1% estão desempregados. E mesmo os que trabalham, segundo a entidade, não estão exercendo suas funções em condições adequadas: 375 milhões ganham menos de US$ 1,25 por dia e outros 839 milhões recebem menos de US$ 2.
De acordo com os dados, atualmente, 1% da população mundial detém metade da riqueza global. Ou seja, 85 indivíduos controlam uma renda equivalente ao que ganham 3,5 bilhões de pessoas juntas. Os dez mais ricos da Europa mantêm fortunas que alcançam o valor de todos os pacotes de resgate aos países da região entre 2008 e 2010 – cerca de US$ 200 bilhões. Para a diretora da Oxfam, Winnie Byanyima, isso não é fruto do acaso. “A concentração de renda aconteceu por um processo em que a elite levou o processo político a desenhar regras no sistema econômico que a favorecessem”, diz.
Com isso, os esforços para a redução da pobreza no planeta ficaram comprometidos, enquanto a renda dos mais ricos cresce ainda mais. Nos Estados Unidos, por exemplo, 95% do crescimento gerado após a crise de 2008 ficou nas mãos de 1% da população.
Esses dados foram publicados na véspera do Fórum Econômico Mundial, que começa nesta terça-feira, 21, em Davos. A presidente Dilma Rousseff estará presente no evento. Pela primeira vez em mais de 40 anos da entidade, os organizadores reconhecem a desigualdade como o maior risco para o planeta.
Com informações do Estado de S. Paulo.
Comentários
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vanete beatriz ehlert marinho
18/11/2014 - 13:39:48
Euvaldo Batista dos Santos
22/01/2014 - 11:56:29