A recessão pela qual passa o Brasil vem impactando nas atitudes dos micro e pequenos empresários em relação aos seus negócios. Segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 76% deles não têm pretendem fazer algum investimento nas empresas pelos próximos três meses.

O Indicador de Propensão a Investir MPE registrou em fevereiro apenas 21,52 pontos, ficando abaixo dos 24,68 pontos do mês anterior. Em relação a janeiro, a queda no indicador corresponde a 12,8%.

Apenas 16,4% admitem fazer algum investimento nesse período – a menor proporção dos que pretendem investir desde o início da série histórica. Entre os poucos empresários que pretendem investir, a prioridade é a reforma da empresa, mencionada por 34,4%, a ampliação de estoque (29,8%) e mídia e propaganda (29,0%). A maioria (76,3%) pretende usar capital próprio e 21,4% devem recorrer a empréstimos em bancos ou financeiras.

Apenas 6,6% têm intenção de tomar crédito nos próximos meses

O cenário se repete na hora de buscar crédito. O Indicador de Demanda por Crédito MPE registrou baixa em fevereiro, com 11,98 pontos, menos que os 12,15 pontos de janeiro. Os empresários que manifestam a intenção de tomar crédito nos próximos três meses somam apenas 6,6%, a menor proporção desde o início da série histórica, em maio de 2015. Já os que afastam essa possibilidade totalizam 87%.

Entre os poucos que pretendem contratar crédito, a modalidade mais citada é o microcrédito, mencionada por 35,8%, e as principais finalidades do crédito a ser contratado são o capital de giro (35,8%), a reforma da empresa (20,8%) e compra de equipamentos (17%). A maioria relativa dos entrevistados (40,1%) considera difícil conseguir empréstimos e financiamentos. Entre esses, a burocracia é a principal causa da dificuldade, mencionada por 44,2%. A questão dos juros altos aparece é apontada por 33,6% como empecilho na hora de contratar crédito.