Apesar de esperar por aumento da inflação, analistas de mercado reduziram a projeção de alta da taxa básica de juros, a Selic, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa amanhã (28) e prossegue na quarta-feira. A informação consta do boletim Focus, publicação do Banco Central com base em pesquisa realizada semanalmente com analistas de mercado sobre os principais indicadores da economia.

Anteriormente, os analistas esperavam que a Selic subiria dos atuais 13,75% para 14,25%. A nova projeção divulgada hoje é de 14%. Os analistas esperam também outra elevação de 0,25% na próxima reunião, em dezembro, de modo que a taxa feche o ano em 14,25%. Anteriormente, a projeção para o final do ano era de 14,50%. Para 2009, é mantida a projeção de 13,50% há três semanas.

Entretanto, no caso das instituições “Top 5”, as que mais acertam suas projeções, a expectativa é de manutenção da Selic em 13,75% na reunião deste mês. Anteriormente, a estimativa desse grupo era de 14,25%. Para o final do ano, a projeção desses analistas passou de 14,75% para 14,25% e em 2009 a expectativa foi mantida em 13,75%.

Segundo o boletim, a projeção de analistas de mercado para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2008 subiu pela terceira semana consecutiva. A estimativa passou de 6,23% para 6,29%. Para o próximo ano, a estimativa foi ajustada, pela segunda semana seguida, de 4,90% para 5%. As informações são do boletim Focus, publicação semanal, elaborada pelo Banco Central com base em consulta a analistas de mercado sobre os principais indicadores da economia.

A meta de inflação do governo, medida pelo IPCA, é de 4,5% com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite superior é de 6,5% e o inferior de 2,5%.

Na hora de definir os juros básicos, o Copom do Banco Central leva em consideração, entre outros fatores a trajetória e perspectivas de inflação e o cenário internacional. A taxa é usada pelo Banco Central para controlar a inflação, restringindo o acesso ao consumo, com encarecimento do crédito. Mas a crise financeira internacional têm reduzido o crédito, o que levou o governo a adotar várias medidas para aumentar os recursos disponíveis na economia. Com isso, analistas argumentam que o BC não deveria usar a mesma estratégia de elevação da Selic como fez em reuniões anteriores do Copom neste ano. Além disso, há o argumento de que vários bancos centrais no mundo reduziram os juros básicos por conta da crise financeira internacional.

Agência Brasil / Kelly Oliveira

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