Com uma taxa de juros de cartão de crédito em mais de 240% ao ano e juros de empréstimos bancários que ultrapassam os 100%, os consumidores brasileiros se obrigam a adotar opções diferenciadas de crédito. A elevação da taxa Selic para 11,25% em outubro de 2014 consolidou a primeira posição do país no ranking das maiores taxas de juros reais do mundo.

A lista leva em conta as taxas de 40 países e é feita regularmente pela consultoria MoneYou que, para o cálculo, considera também a expectativa da inflação para mais doze meses. O Brasil apareceu em primeiro lugar com uma taxa de 4,48%, seguido pela China (3,41%), Índia (2,27%), Rússia (1,98%) e Hungria (1,55%).

As taxas acima do resto do mundo são reflexo da expansão do poder de consumo da classe média na última década. De 2004 pra cá, o crédito ao consumidor brasileiro aumentou 658%.

Das opções que mais crescem em procura pelo consumidor comum está a loja de penhores. Os juros desse tipo de empréstimo são de cerca de 19%, percentual equivalente aos juros de cartão de crédito de outros países, como é o caso dos Estados Unidos. A acessibilidade e retorno da loja de penhores fica clara quando se comparam os níveis de inadimplência em relação às opções ditas tradicionais. Segundo o Banco Central, 6,7% dos empréstimos bancários e 26,3% das contas de cartão de crédito estão nessa situação. No caso dos penhores, apenas 0,6% deixaram de pagar em dia, segundo a Caixa Econômica Federal, responsável pela prática no Brasil.

Atualmente, apenas 436 agências oferecem essa opção, mas a CEF planeja ao menos dobrar esse número até o fim de 2015.

Com informações do Estado de São Paulo e do Jornal O Globo.