A disparada do dólar em setembro gerou um efeito estatístico que baixou a dívida líquida do setor público em R$ 68 bilhões no mês passado, para R$ 1,48 trilhão, ou 37,2% do Produto Interno Bruto (PIB). A alta do dólar foi 16,8% em relação a agosto, por conta do nervosismo resultante das turbulências internacionais.

Trata-se do menor patamar, na proporção com o PIB, de toda a série histórica do BC, que tem início em dezembro de 2001. Até o momento, o menor patamar para a dívida líquida do setor público, indicador que é acompanhado com atenção por economistas, pois indica a capacidade de pagamento de uma nação, havia sido registrada em novembro de 2008 (37,78% do PIB), segundo números da autoridade monetária.

“Em setembro, a variação cambial contribuiu para esta queda da dívida líquida do setor público. Cabe lembrar que este comportamento é diferente de outros episódios em que tínhamos deterioração do ambiente econômico. Em outros momentos em que vivemos, desvalorização cambial decorrente de um período de crise implicava em piora da dívida líquida. Nos últimos anos, para reduzir as vulnerabilidades, colhemos agora este tipo de resultado. Em um momento mais crítico, temos redução da dívida líquida do setor público”, disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel.

No conceito da dívida “líquida”, o BC contabiliza não somente os passivos (débitos, ou pagamentos a serem feitos), mas também os ativos (como as reservas internacionais). A explicação para a forte queda da dívida líquida no mês passado é que o Brasil possui, atualmente, mais ativos, como as reservas internacionais brasileiras, do que passivos em moeda norte-americana.

Deste modo, quando o dólar se valoriza frente ao real, como aconteceu no mês passado, a dívida líquida do setor público recua. Somente a queda do dólar gerou uma rdução de R$ 80,9 bilhões na dívida líquida em setembro, valor que foi parcialmente compensado pela apropriação de juros do período.

Esse efeito, porém, tende a ser transitório. Isso porque a cotação do dólar voltou a cair em outubro, o que vai gerar um efeito contrário – elevando a dívida pública novamente neste mês. Nesta segunda-feira, a cotação da moeda norte-americana está em R$ 1,68, ou seja, bem abaixo dos R$ 1,85 do fechamento de setembro. Com isso, a dívida líquida do setor público deve voltar a subir.

Segundo Túlio Maciel, do BC, na medida em que o câmbio se altera em outubro (retornando a um patamar próximo de R$ 1,70), há, novamente, uma subida da dívida líquida do setor público. “Em outubro, já observamos uma volta do dólar e isso resulta em um retorno do patamar da dívida líquida do setor público mais próximo ao observado antes da crise. A estimativa para outubro é de um retorno [da dívida líquida] ao patamar de 38,2% [do PIB]”, disse ele.

Com informações do portal G1.com

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