Alimentos voltam a pressionar a inflação, mostra pesquisa da FGV
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), voltou a subir e chegou a 0,69% na terceira prévia de março, ante 0,64%. Cinco dos sete grupos pesquisados apresentaram avanços de preços em índices acima dos registrados na segunda prévia.
As maiores pressões foram verificadas no grupo alimentação, em que a taxa atingiu 0,86% ante 0,67% e as maiores correções ocorreram nas hortaliças e legumes (de 5,51% para 6,65%). As carnes bovinas mantiveram-se com variação negativa (-2,33%), mas a redução já perdeu força, porque na apuração anterior a queda havia sido mais intensa (-2,80%).
No grupo transportes, houve ligeira elevação na comparação com a medição passada, e o índice chegou a 1,18% ante 1,17%. É a maior taxa entre os sete grupos pesquisados. Esse índice reflete, principalmente, o aumento de preço do álcool combustível ( e 5,10% para 7,51%) .
Já em vestuário foi constatada a maior variação sobre o resultado anterior, de 0,59% para 0,89%, um aumento de 0,30ponto percentual, sob o efeito da entrada da nova coleção outono/inverno nas lojas, com as roupas, em média, 1,14% mais caras, ante uma alta de 0,81%.
Em saúde e cuidados pessoais, o IPC-S aumentou de 0,62% para 0,64%, puxado pela correção dos medicamentos (de 0,18% para 0,33%). No grupo educação, leitura e recreação, o índice teve um acréscimo de 0,10 ponto percentual, passando de 0,15% para 0,25%. Neste caso, o motivo foi a redução no ritmo de queda da passagem aérea (de -9,30% para -8,15%).
Nos demais grupos, os resultados indicam perda na velocidade de reajustes. Em despesas pessoais, a variação foi de 0,40%, bem inferior à da apuração passada (0,74%). Essa redução é atribuída ao decréscimo no preço dos cigarros (de 1,31% para 0,69%). Em habitação, houve aumento de 0,47%, ante 0,52%, sob a influência da tarifa de telefone móvel ou celular (de 2,41% para 2,01%).
Os cinco itens que mais ajudaram a elevar o IPC-S foram: tomate (de 14,45% para 17,60%), batata-inglesa (de 9,65% para 16,37%), aluguel residencial (de 0,72% para 0,75%), álcool combustível (de 5,10% para 7,51%) e tarifa de metrô (de 7,71% para 5,66%). Já os que minimizaram o impacto inflacionário foram a alcatra (de -5,37% para -5,46%); o contrafilé (de -6,52% para -5,19%); o açúcar refinado (de -3,80% para -3,90%); a passagem aérea (de -9,30% para -8,15%) e o filé-mignon ( de 10,14% para -8,26%).
Marli Moreira / Agência Brasil
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