O Daniel San (Karatê Kid), depois de apanhar dos garotos da escola, decide aprender Karatê e pede pro senhor Miyagui, um japonês de 1,55 m, lhe ensinar.

Miyagui, depois de relutar, decide ensinar a nobre arte marcial para o menino e, como primeira aula, pede para que ele limpe e lave uns 20 carros antigos, totalmente empoeirados.

Daniel San não entende o propósito. Ele queria aprender Karatê, e não lavar carros, mas decide obedecer.

Miyagui ensina a técnica de lavar carros a qual consistia em realizar movimentos circulares com as esponjas para ensaboar e depois tirar brilho dos carros.

Depois de um trabalho árduo, Daniel San consegue o objetivo e pede para o mestre lhe ensinar Karatê.

Miyagui responde: “não precisa, você já aprendeu karatê”. Imediatamente, ele passa a utilizar os movimentos circulares executados por Daniel San na lavagem dos carros para executar golpes de ataque e de defesa.

Todo esse blah blah é para dizer que, assim como Daniel, muitos alunos, empreendedores e profissionais querem aprender a executar ações práticas sem antes saber os procedimentos básicos.

Muitos querem fazer relatórios complexos sem dominar a escrita nem os cálculos; outros querem empreender somente com ideias sem saber a viabilidade dos negócios, alguns querem fazer propagandas sem entender de cores e por aí vai.

Quando estudei Economia, também não tinha a mínima ideia do que ia fazer, achava que a história, a matemática, a sociologia e o entendimento econômico não teriam utilidade aplicada.

Quando saí da Universidade e fui trabalhar, vi que tudo aquilo que aprendi era útil e que, assim como Daniel San, podia lutar Karatê.

Quem sabe a estratégia Miyagui não seja necessária para entender a complexidade das coisas.

* Este texto foi originalmente publicado no blog do economista e professor Hugo Eduardo Meza Pinto.