Selic sobe pela sétima vez seguida, mas Copom sinaliza estabilidade
O Comitê de Política Monetária, do Banco Central (Copom) elevou na quarta-feira, 29, pela sétima vez consecutiva, a taxa básica de juros (Selic). A alta de meio ponto percentual fez com que o nível avançasse a 14,25%. É o mais alto desde 2006, quando chegou a 14,75%. O Banco Central (BC) considera a decisão fundamental para que o governo atinja as metas. “A manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016″, explicou a instituição, em nota.
Sindicatos e representantes da indústria, mais uma vez, se pronunciaram contra a decisão do Comitê. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a elevação retrairá ainda mais a atividade industrial. De acordo com o órgão, os juros altos encarecem o capital de giro das empresas, inibem os investimentos e desestimulam o consumo das famílias.
O representante da Força Sindical, Miguel Torres, avalia que “o custo social e econômico do uso da Selic no controle da inflação tem se revelado ineficiente e com um custo social muito alto ao país”. O Presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e do Sindicato Indústria Material Plástico do Estado de São Paulo (Sindiplast), José Ricardo Roriz, afirmou que a Selic elevada anula o esforço fiscal feito pelo governo desde o início do ano. “Com juros na casa de 14% ao ano, o serviço da dívida pública, em 12 meses, consumirá cerca de 4,5 vezes mais dinheiro do que os R$ 70 bilhões cortados pelo ajuste fiscal da União”, analisa Roriz.
No mês passado, quando a Selic subiu para 13,75% ao ano, o Copom já havia sido criticado por instituições financeiras.
Mesmo com a elevação, o Comitê deu a entender que a taxa deve ser mantida no mesmo patamar ao longo dos próximos meses. Com a redução da meta fiscal, o mercado deve revisar as expectativas para o ano. O diretor da política econômica do BC, Luiz Awazu Pereira, afirmou que é preciso adotar uma postura vigilante para que seja possível levar a inflação à meta de 4,5% ao fim do próximo ano. “É primordial ser vigilante para ter certeza que a política monetária reflita o balanço de riscos atual e permaneça adequadamente calibrada para atender nosso objetivo”, concluiu.
Com informações do Valor Econômico, do El País Brasil e da Agência Brasil.
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