O preço da gasolina deve ficar até 7% maior nas próximas semanas. O óleo diesel também vai subir, mas entre 4% e 5%. Para amenizar o impacto do reajuste nos índices de inflação, o governo deve lançar uma medida para alterar a quantidade de álcool anidro (etanol) na mistura da gasolina, de 20% para 25%. Mas a nova mistura deve começar a ser feita somente no fim do primeiro semestre, época do auge da colheita da cana-de-açúcar.

A expectativa é que o anúncio de reajuste no preço do combustível seja feito até a próxima semana. Ano passado, o valor pago às refinarias teve correção de 7,8%, mas ele não foi repassado às bombas porque o governo zerou a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), principal tributo do setor. Ainda assim, de acordo com a Petrobras, existe uma defasagem (calculada em 15% antes da extinção da Cide) no preço da gasolina.

O aumento da mistura na gasolina é uma demanda antiga dos usineiros, que além de atenuar o impacto do reajuste ao consumidor final, alivia a necessidade de importação do combustível, um dos principais responsáveis pelo déficit da balança comercial no início deste ano.

A proporção de etanol na gasolina foi reduzida em outubro de 2001, por conta da escassez de biocombustível. No ano passado, a Índia sofreu com a quebra da safra da cana, o que levou os usineiros no Brasil a concentrar na produção de açúcar para exportação. Com isso, a mistura não foi alterada.

Com informações do Estado de S. Paulo.